segunda-feira, 30 de junho de 2014
sábado, 28 de junho de 2014
FiNaLZiNhO dE SáBaDo...
AO ENTARDECER
hoje eu não queria partir,
queria ficar ...
... ver o sol se pôr mais uma vez
... ver o vento soprar,
... ver a chuva cair,
... ver o que não vi, o que não vivi
... ver o que quero ver de novo
... ver o que vi e não contemplei
... ver o sol nascer... de novo
hoje eu não quero partir
quero ficar...
Arturo Angelin
sexta-feira, 27 de junho de 2014
'HeRRaR' é 'UmAnO'
Leia-se: HAMBÚRGUER
Espécie de sanduíche de carne (quase
sempre bovina) moída e cozida (frita ou grelhada).
Leia-se: LABRADOR
Raça de cachorro (origem desconhecida).
Leia-se: COLCHÃO ORTOPÉDICO
Ortopédico: relativo à ortopedia (especialidade da medicina que trata do sistema locomotor e da coluna vertebral).
Leia-se: QUEIJO PRATO
Tipo de queijo macio de massa prensada, tem coloração amarela e sabor suave.
terça-feira, 24 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
NãO AcReDiTe eM AlGo SiMpLeSmEnTe pOrQuE...
Não acredite em algo simplesmente
porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito.
Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros
religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que
é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em
geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda
com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.
Buda
domingo, 22 de junho de 2014
sábado, 21 de junho de 2014
pAlAvRa dO DiA...
Alguém me perguntou... aqui está!
ál·vi·dro
(latim arbiter, -tri, testemunha, árbitro, juiz, dono)
substantivo masculino
1. [Antigo] Árbitro
ou juiz.
2. [Antigo] Resolução
e determinação da vontade. = ARBÍTRIO, ALVEDRIO
Fonte:
"álvidro", in Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/%C3%A1lvidro
[consultado em 21-06-2014].
Ah, os hAiCaiS...
HAICAI
Trata-se de uma forma poética a qual tenta captar, por meio da concisão e da simplicidade, um momento da natureza e do passar do tempo. Assim sendo, em apenas dezessete sílabas poéticas o poeta capta um flagrante da natureza e assim o materializa.
Vamos curtir mais dois HAICAIS...
De Guilherme de Almeida:
O pensamento
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
De Millôr Fernandes:
Eis o meu mal
A vida para mim
Já não é vital.
sexta-feira, 20 de junho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
'HeRRaR' é 'UmAnO'
Pois é, meu povo...
Até que não foi complicado interpretar a mensagem, mas vamos lá... melhor não confiar!
'QUEM ENTRAR SEM ORDEM DO DONO SERÁ DENUNCIADO À JUSTIÇA."
Melhorou bastante, não foi?
domingo, 15 de junho de 2014
'HeRRaR' é 'UmAnO'
Senhor, tenha misericórdia desse Teu povo!
Tudo errado, Senhor... TUDO!
Quer dizer, tudo não... pelo menos não acentuou o ditongo aberto da paroxítona 'assembleia'.
Leia-se:
'ASSEMBLEIA de DEUS
MINISTÉRIO SEMENTE DA FÉ'
sábado, 14 de junho de 2014
quinta-feira, 12 de junho de 2014
12 de JuNhO: DiA dos NaMoRaDoS
“Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa,
sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de
saúde, um descanso na loucura.”
― Guimarães Rosa ―
terça-feira, 10 de junho de 2014
PaLaVrA dO DiA: eStOiCo
Estoico
adj. Filosofia. Que se refere ao estoicismo.
adj. e s.m. Filosofia. Algo ou pessoa que é partidária do
estoicismo.
Algo ou alguém caracterizado pela rispidez; que permanece
fiel aos seus princípios.
Algo ou alguém que demonstra resignação diante de alguma
situação trágica ou à frente de um grande sofrimento.
Diz-se de um indivíduo firme, senhor de si mesmo;
inabalável, impassível, austero: ter um comportamento estoico na desgraça.
Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico: estoico.
(Etm. do latim: stoicus, pelo grego: stoikós)
Fonte: http://www.dicio.com.br/estoico/
Fonte: http://www.dicio.com.br/estoico/
segunda-feira, 9 de junho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
Rubem Alves: CrÔnica "O Sapo"
Crônica: O Sapo
Rubem Alves
Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se
apaixonavam. Por ele também se apaixonou uma bruxa horrenda que o pediu em
casamento.
O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não
vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele
e disse: “Você vai virar um sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu uma
estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra de feitiço
tinha dito. Sapo. Virou um sapo.
Bastou que virasse sapo para que se esquecesse de que era
príncipe. Viu-se refletido no espelho real e se espantou: “Sou um sapo. Que é
que estou fazendo no palácio do príncipe? Casa de sapo é charco.” E com essas
palavras pôs-se a pular na direção do charco. Sentiu-se feliz ao ver lama.
Pulou e mergulhou. Finalmente de novo em casa.
Como era sapo, entrou na escola de sapos para aprender as
coisas próprias de sapo. Aprendeu a coaxar com voz grossa. Aprendeu a jogar a
língua pra fora para apanhar moscas distraídas. Aprendeu a gostar do lodo.
Aprendeu que as sapas eram as mais lindas criaturas do universo. Foi aluno bom
e aplicado. Memória excelente. Não se esquecia de nada. Daí suas notas boas.
Até foi o primeiro colocado nos exames finais, o que provocou a admiração de
todos os outros sapos, seus colegas, aparecendo até nos jornais. Quanto mais
aprendia as coisas de sapo, mais sapo ficava. E quanto mais aprendia a ser
sapo, mais se esquecia de que um dia fora príncipe. A aprendizagem é assim:
para se aprender de um lado há que se esquecer do outro. Toda aprendizagem
produz o esquecimento.
O príncipe ficou enfeitiçado. Mas feitiço — assim nos
ensinaram na escola — é coisa que não existe. Só acontece nas estórias de
carochinha.
Engano. Feitiço acontece sim. A estória diz a verdade.
Feitiço: o que é? Feitiço é quando uma palavra entra no corpo
e o transforma. O príncipe ficou possuído pela palavra que a bruxa falou. Seu
corpo ficou igual à palavra.
A estória do príncipe que virou sapo é a nossa própria
estória. Desde que nascemos, continuamente, palavras nos vão sendo ditas. Elas
entram no nosso corpo, e ele vai se transformando. Virando uma outra coisa,
diferente da que era. Educação é isto: o processo pelo qual os nossos corpos
vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. Eu não sou eu: eu sou as
palavras que os outros plantaram em mim.
Como disse Fernando Pessoa: “Sou o intervalo entre o meu
desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim”. Meu corpo e
resultado de um enorme feitiço. E os feiticeiros foram muitos: pais, mães,
professores, padres, pastores, gurus, líderes políticos, livros... Meu corpo é
um corpo enfeitiçado: porque o meu corpo aprendeu as palavras que lhe foram
ditas, ele se esqueceu de outras que, agora permanecem mal...ditas...
A psicanálise acredita nisso. Ela vê cada corpo como um sapo
dentro do qual está um príncipe esquecido. Seu objetivo não é ensinar nada. Seu
objetivo é o contrário: ‘des-ensinar’ ao sapo sua realidade sapal. Fazê-lo
esquecer-se do que aprendeu, para que ele possa lembrar-se do que esqueceu.
Quebrar o feitiço. Coisa que até mesmo certos filósofos (poucos) percebem. A
maioria se dedica ao refinamento da realidade sapal. Também os sapos se dedicam
à filosofia... Mas Wittgenstein, filósofo para ninguém botar defeito, definia a
filosofia como uma “luta contra o feitiço” que certas palavras exercem sobre
nós. Acho que ele acreditava nas estórias de carochinha...
Tudo isso apenas como introdução à enigmática observação com
que Bahrnes encerra sua descrição das metamorfoses do educador. Confissão sobre
o lugar onde havia chegado, no momento de velhice. Há uma idade em que se
ensina aquilo que se sabe. Vem, em seguida, uma outra, quando se ensina aquilo
que não se sabe. Vem agora, talvez, a idade de uma outra experiência: aquela de
desaprender. Deixo-me, então, ser possuído pela força de toda vida viva: o
esquecimento...
Esquecer para lembrar. A psicanálise nenhum interesse tem
por aquilo que se sabe. O sabido, lembrado, aprendido, é a realidade sapal, o
feitiço que precisa ser quebrado. Imagino que o sapo, vez por outra, se
esquecia da letra do coaxar, e no vazio do esquecimento, surgia uma canção.
“Desafinou!” berravam os maestros.
”Esqueceu-se da lição”, repreendiam os professores. Mas uma
jovem que se assentava à beira da lagoa juntava-se a ele, num dueto... E o
sapo, assentado na lama, desconfiava...
“Procuro despir-me do que aprendi” dizia Alberto Caeiro.
“Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com
que me pintaram os sentidos, desencaixotar minhas emoções verdadeiras,
desembrulhar-me, e ser eu...”
Assim se comportavam os mestres Zen, que nada tinham para
ensinar. Apenas ficavam à espreita, esperando o momento de desarticular o
aprendido para, através de suas rachaduras, fazer emergir o esquecido. É
preciso esquecer para se lembrar. A sabedoria mora no esquecimento.
Acho que o sapo, tão bom aluno, tão bem educado, passava por
períodos de depressão. Uma tristeza inexplicável, pois a vida era tão boa, tudo
tão certo: a água da lagoa, as moscas distraídas, a sinfonia unânime da
saparia, todos de acordo... O sapo não entendia. Não sabia que sua tristeza
nada mais era que uma indefinível saudade de uma beleza que esquecera.
Procurava que procurava, no meio dos sapos, a cura para sua dor. Inutilmente.
Ela estava em outro lugar.
Mas um dia veio o beijo de amor - e ele se lembrou. O
feitiço foi quebrado.
Uma bela imagem para um mestre!
Uma bela imagem para o
educador: fazer esquecer para fazer lembrar!
rEfLeXãO dO DiA!
Pouco antes de morrer, Roland Barthers pronunciou a sua
conferência inaugural como professor do College de France. Sabia que estava
ficando velho, mas saudava a velhice como tempo de recomeço, o início de uma
vita nuova. E ao terminar sua fala fez uma confissão pessoal espantosa. Disse
que havia chegado o momento de entregar-se ao esquecimento de tudo o que
aprendera. Tempo de desaprender. As cobras, para continuar a viver, têm de
abandonar a casca velha. Também ele tinha de abandonar os saberes com que a
tradição o envolvera. Somente assim a vida poderia brotar de novo, fresca, do
seu corpo, como a água brota das profundezas onde estivera enterrada. E disse
então que este era o sentido de ficar sábio:
“Nada de poder;
um pouquinho de saber;
e o máximo possível
de sabor...”
Crônica: Tênis X Frescobol de Rubem Alves
Tênis & Frescobol
Rubem Alves
Depois de muito meditar sobre o
assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo
tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma
fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo
frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.
Explico-me. Para começar, uma
afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar
sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte
pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até
a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que
desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’
Xerazade sabia disso. Sabia que
os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã,
terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente,
terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o
sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele,
ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa
sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as
suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a
sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois
de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se
fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes,
fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo,
eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não
quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra,
não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de
Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’
O tênis é um jogo feroz. O seu
objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o
outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O
bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e
é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito
sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper,
derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que
o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo.
Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o
tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é
preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que
não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no
lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não
há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém
fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O
erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que
não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir,
ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente
culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que
ninguém marca pontos...
A bola: são as nossas fantasias,
irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho
pra lá, sonho pra cá...
Mas há casais que jogam com os
sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada.
Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia
escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo
de tênis:
‘Cena: o marido, a mulher, a
galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio,
mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo.
Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas
sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não
se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à
vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão,
minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’
Tênis é assim: recebe-se o sonho
do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é
ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: o
sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é
sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre
espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem -
cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o
outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...
sábado, 7 de junho de 2014
sexta-feira, 6 de junho de 2014
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